José Manuel
Fernandes
Resumo e conclusões
Depois da abertura dos trabalhos pelo Presidente da Associação Dr. Luís Barbosa, o Deputado Mendes Bota, Presidente da Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, teceu algumas considerações sobre as várias iniciativas Parlamentares onde se destaca o Parlamento dos Jovens , que este ano abordou a temática das Redes Sociais. Deixou algumas preocupações e uma interpelação: no rol das preocupações considerou: o analfabetismo democrático, o potencial destas redes como foi visível na Primavera Árabe, a mobilização popular, os info-excluídos. Deixou a seguinte interpelação: esta Associação e os seus Associados podem constituir-se como “grupo de reflexão” que ajude a construir um “quadro legislativo sobre as Redes Sociais , até agora inexistente”.
Conclui-se que as redes sociais criaram não só “novas oportunidades como também novas necessidades e novos problemas.” Estima-se que a nível mundial haja 44 milhões de utilizadores no facebook: só em Portugal estão registados 4 milhões de utilizadores. Logo o escrutínio é mais apertado e a vigilância é feita em tempo real. O Linkedin é uma ferramenta quase obrigatória para quem procura / oferece postos de trabalho, algo que o poder político , ainda não explora com eficácia. Contudo estes novos meios de comunicação, como o facebook, blogs ou o twitter , são capazes de criar grandes embaraços ao poder político como por exemplo o blog que pôs em causa licenciatura do então Primeiro Ministro, José Sócrates ou recente caso do Wikileaks. Ou seja: as redes sociais furam os esquemas tradicionais de censura e tornaram-se vitais para a economia, dizendo mesmo que “sem internet não há economia”.
Segundo José Manuel Fernandes, não será necessário um novo quadro legislativo porque estamos a falar de algo muito volátil que se transforma muito depressa e é quase impossível fixar em lei. Acrescentou que os mecanismos de auto-regulação colocam na mão do utilizador o que quer fazer. Pode bloquear , denunciar ou seja: transforma-se ele também num “vigilante” do que se passa nas redes sociais.
Do debate muito participado registam-se os seguintes contributos: Vieira Dias : quadro legislativo europeu para tipologia de crimes como cibersexo, cibercrime : Nandin de Carvalho : as redes sociais são úteis para a informação dos decisores de democracia representativa, criação de um Provedor da Internet, os idosos deviam ser estimulados a intervir nas redes sociais para melhoria da sua intervenção cívica; Fernando Figueiredo: roubo de documentos e abuso de liberdade informação: Fernando de Carvalho: receio de que os meios de comunicação sejam caixas de ressonância, necessidade de criar um espaço público de opinião mais alargada, potenciado pelas redes sociais: Luísa Pombo: os jornais em papel vão acabar uma vez que os jovens usam cada vez mais as redes sociais: Luís Barbosa gerir o factor tempo e a aproximação entre gerações: os mais velhos ensinam matemática e aprendem Informática com os netos.
Após alguma reflexão e respondidas as perguntas destacam-se as seguintes conclusões:
- há um maior escrutínio,
porque há mais vigilantes ( 4 milhões
em Portugal)
- existem mecanismos de
auto-regulação que foram melhorados ao longo do tempo;
- constata-se alguma reserva
em relação à elaboração de um quadro legislativo para as redes sociais,
uma vez que a sua natureza é
volátil e por isso mesmo difícil de fixar em lei;
- contra os perigos da
recetividade nas novas gerações e dos incautos das falsas mensagens - HOAX
- deturpações e manipulações de informação deveria ser criado um Provedor da Internet para
denunciar e manter um banco de dados sobre essas falsidades e ainda para proporcionar um combate
à info- exclusão e à desigualdade de acesso eliminando os riscos de
isolamento social dos mais idosos
- as redes sociais são
ferramentas poderosas que podem atentar contra o bom nome do cidadão,
invadindo a sua privacidade ; ( assunto a ser tratado num próximo
seminário)
Conclusões elaborada pela Dra. Ana Narciso, moderadora do Fórum e associada da AEDAR
Sem comentários:
Enviar um comentário